Maioria dos aposentados que
quadrilha enganava por telefone era funcionário público
A equipe da PCPR colheu milhares de cadastros
de funcionários públicos, entre eles, militares
Uma quadrilha é suspeita de faturar cerca de R$ 30
milhões com empresas de seguros que aplicavam golpes em aposentados. Nas
investigações, já foram encontrados milhares de cadastros de funcionários
públicos que seriam utilizados para a prática de golpes. A Polícia Civil do
Paraná (PCPR), realizou apreensões dos documentos, na manhã desta
quinta-feira(15), e investiga 29 pessoas e 20 empresas de fachada que estariam
praticando o golpe há 5 anos.
Imagem da PCPR
Nas apreensões de hoje, a
equipe colheu milhares de cadastros de funcionários públicos aposentados, entre
eles, militares. “Já temos uma boa quantidade de provas, entre elas milhares de
cadastros de funcionários públicos aposentados, em sua maioria policiais
militares, agentes do exército e policiais civis também , todos aposentados que
seriam utilizados esses cadastros para prática de golpes”, explicou à Banda B o
delegado Cassiano Aufiero, do 7º Distrito Policial.
A quadrilha pegava cadastros de pessoas aposentadas e
ligavam para elas. Uma visita era agendada e eram colhidas assinaturas em um
papel em branco. Posteriormente, eram feitos seguros de vida, que descontariam
até R$ 200 por mês das contas bancárias dessas vítimas.
“Eles pegavam cadastros de
pessoas aposentadas, adquiridos por órgãos públicos. Inclusive, estamos
investigando a participação de agentes públicos no momento de ceder esses
cadastros. De posse desse cadastro, eles ligavam para essas vítimas, se dizendo
funcionários de agências bancárias, INSS, Paraná Previdência, e agendavam
visita com os idosos. Com o pretexto de fazer uma atualização cadastral, eles
colhiam assinaturas em folhas em branco, formalizavam como seguros de vida, que
resultava em um desconto de R$50 a R$200”, disse o delegado.
Quando as vítimas percebiam
que esse valor estava sendo descontados mensalmente, tinham que se dirigir
pessoalmente a uma agência para fazer o cancelamento. “Uma pessoa de mais de 80
anos de idade, que já tem uma certa dificuldade de locomoção até mesmo de
entender o que estava entendendo, tinha que se dirigir a uma agência para
cancelar. Feito isso, o valor que tinha sido pago era perdido, mas deixava de
ser debitado”, explicou Aufiero.
Cerca de 150 policiais civis
cumpriram buscas nos bairros Boa Vista, Barreirinha, São Loureço, Bairro Alto,
Bacacheri, Juvevê, Pilarzinho, Centro, Centro Cívico, São Francisco, Rebouças,
Bigorrilho, Santa Felicidade, Água Verde, Portão, Boqueirão, Xaxim, Fanny, Vila
Guaíra, Guaíra, Cidade Industrial de Curitiba e Campina do Siqueira.
Na RMC, os policiais civis
cumprem os mandados nos municípios de São José dos Pinhais, Pinhais, Bocaiuva
do Sul, Itaperuçu, Araucária e Fazenda Rio Grande.
Empresas
de fachada
Essas empresas, além de realizarem
um cadastro falso, também tinham funcionários sem autorização do Susep para
realizar a atividade.
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