3,3 milhões de
desempregados buscam trabalho há dois anos, diz IBGE
O registro é o maior para um trimestre desde 2012
Por Folhapress em 15
de agosto, 2019 as 11h57.
Um quarto dos desempregados do Brasil, ou 26,2%, o
equivalente a 3,347 milhões de pessoas, estão em busca de emprego há pelo menos
dois anos, divulgou nesta quinta-feira (15) a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
O registro é o maior
para um trimestre desde 2012. Para efeito de comparação, em um ano, 196 mil
novas pessoas estão em busca de trabalho há dois anos ou mais. Em 2015, esse
total era de 1,435 milhões de pessoas.
“A proporção de pessoas a procura de trabalho em
períodos mais curtos está diminuindo, mas têm crescido nos mais longos. Parte
delas pode ter conseguido emprego, mas outra aumentou seu tempo de procura”,
disse a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
A maior parte, 45,6%, dos desocupados estavam de um
mês a menos de um ano em busca de trabalho; 14,2%, de um ano a menos de dois
anos e 14,0%, há menos de um mês.
Já a taxa de desocupação recuou no Brasil no
segundo trimestre de 2019 para 12%, 0,7 pontos percentuais a menos que os
primeiros três meses do ano. Com relação ao mesmo trimestre de 2018, a
diminuição foi de 0,4 pontos percentuais.
De acordo com o IBGE, 10 estados tiveram recuo no
registro, sendo que as maiores taxas foram observadas na Bahia (17,3%), Amapá
(16,9%) e Pernambuco (16%). Os estados com os menores números foram Santa
Catarina (6%), Rondônia (6,7%) e Rio Grande do Sul (8,2%).
O percentual de pessoas desocupadas, subocupadas
por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em
relação a força de trabalho ampliada, chamada taxa composta de subutilização da
força de trabalho, foi de 24,8%, anunciou o IBGE.
Já os desalentados, aqueles que desistiram de
procurar emprego, do segundo trimestre ficaram em 4,9 milhões de pessoas,
enquanto o percentual de pessoas desalentadas em relação à população na força
de trabalho foi de 4,4%, mantendo um recorde da série histórica.
“O elevado tempo de procura por emprego é um dos
fatores que ajudam a explicar o desalento”, analisou o IBGE. A maior parte dos
desalentados está na Bahia: 766 mil pessoas. No Maranhão, o número também é
alto: 588 mil pessoas.
“É uma inferência que pode favorecer inserções em
ocupações de menores rendimentos, sem vínculos formais, como os conta própria
ou sem carteira de trabalho, e até mesmo no desalento”, explicou a analista da
PNAD Contínua.
No primeiro trimestre de 2019, a taxa de
desocupação havia sido de 12,7%, com 14 das 27 unidades da federação crescendo
em relação ao trimestre anterior. Nos últimos três meses do ano passado, o
número registrado no Brasil foi de 11,6%, quando a desocupação havia caído em
seis estados.
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